sábado, 4 de dezembro de 2010

Pequena história de um grande amor.

O nome dela era Laura, ela tinha 15 anos, adorava o seu computador e adorava escrever.
Ela era branca, com o cabelo preto e olhos verdes, e era esquisita, muito esquisita e sempre sofreu por isso.
Ela vivia em uma pequena cidade da França chamada Bordeaux.
Uma cidade nem muito grande, nem muito pequena, em alguns pontos agitadas e em outros não.
Apesar de nunca ter saido de lá, toda a sua família vinha de Paris, a maior cidade do país, e ela, com sua necessidade de um lugar maior, sempre quis se mudar pra lá, achava que as viagens apenas não bastavam.
Ela não gostava de nada nem ninguém da cidade aonde vivia, por isso sentia a necessidade de perder todo o seu tempo com pessoas legais que moravam longe em frente o seu computador, isso sempre foi de costume.
Era um dia de feriado nacional francês, ela estava em casa, entediada, como sempre, em frente ao seu amigo queria, computador.
Há exatamente uma semana e meia atrás ela havia "conhecido" um garoto de Paris, mas ainda não havia falado com ele.
E nesse dia de feriado, eles resolveram conversar.
Ele se chamava Fábio, era um pouco mais de um ano mais velho que ela, vinha diretamente de Paris, nunca havia saido de lá.
Como se eles se conhecessem á anos, conversaram nesse típico dia de feriado (que é comum em qualquer lugar do mundo aonde as ruas estão desertas e estão todos viajando, e quem não está, está em casa) e riram bastante, desde a primeira vez que conversaram.
Depois de tudo aquilo ela ficou já de primeira com coisas em sua cabeça, a paixão foi meio instantânea mas ela preferiu deixar aquilo de lado, apesar de aquilo parecer tão real e a possibilidade de algo acontecer desde a primeira vez ser grande, eram realidades diferentes e uma distância de aproximadamente 900 km, era necessário se atravessar toda a França para se sair de Bordeaux e ir até Paris.
Mas por mais que Laura tentasse ela não conseguia parar de pensar em qualquer coisa relacionada á ele e sentia que estava se precipitando, mas o que se pode fazer? se deve deixar isso morto até se apagar... Não há nada há se fazer mesmo.
E assim se seguiu por vários dias, eles conversando, rindo, se conhecendo, parecia conto de fadas, um sonho.
Ela tentava deixar aquilo morto dentro dela, porque não queria chorar de novo, mas estava sendo difícil.
Em uma de suas conversas, Fábio resolveu deixar seus sentimentos meio claro, dizendo o que disse. Algo como: "Sonho com você todas as noites desde que te conheci." e aquelas palavras ficavam girando a cabeça de Laura todos os dias e como em uma fita cassete, ela ficava indo e voltando com aquelas palavras em sua cabeça, mas até então não havia deixado que também havia algo dentro dela transparecer.
Ela queria poder se expressar, contar o que havia dentro dela mas não tinha coragem o suficiente pra isso.
Mas ela tinha o seu refúgio, um lugar que parecia meio impróprio mas era aonde ela gostava de se abrir, sua página na internet, mais necessariamente, o seu blog.
Então ela escreveu, escreveu tudo o que sentia dentro de sí mesma e sentiu um grande alívio nas suas costas só por ter escrito aquilo, é claro que ela rezava para que ele lesse, mas daquela forma já estava ótimo para ela.
Pra sorte dela, ele leu.
E resolveu contar que sentia o mesmo.
Nunca existiram palavras pra se contar o que Laura sentiu naquele momento, nunca vão existir.
Ela deixou se libertar e os fogos de artifícios que existiam dentro dela puderam então ser soltados.
Era tudo perfeito, as pessoas perfeitas, as palavras perfeitas, a única coisa que impedia que as coisas realmente fossem reais era o fato de morarem em lugares totalmente remotos, mais isso não importava, ambos estavam dispostos á abrir mão de tudo para ficarem pertos um do outro, custasse o que custasse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário