sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A história de um par de olhos.


Belos olhos aqueles que nasceram junto com a garota no dia em que ela veio ao mundo, e que só vieram á se abrir e mostrar seu brilho e cor dias depois.
Olhos que tanto viram coisas, tanto choraram...
Olhos que, assim como de qualquer outra pessoa vêem junto com o coração, e os sentimentos, e que sempre choram.
Ela tinha 17 anos e se chamava Luíza, era a típica garota dos sonhos de qualquer homem ou garoto no mundo, ela era mais que bonita, era inacreditável; bonita, madura, inteligente e tinha os olhos mais bonitos existentes na face da terra, um azul que ninguém podia explicar, que tirava o fôlego de qualquer outra pessoa no mundo, e esse azul que combinava tão bem com a sua pele branca e seu cabelo preto, ela parecia mais uma boneca do que uma pessoa.
Todas as pessoas achavam que, de tão belos olhos eles tinham vida própria.
Não estavam enganados. Eles sentiam tudo o que ela via, choravam e até mesmo sorriam, e agiam e pensavam por conta própria, sempre arrastavam ela para alguém ou algo. Mas no fundo, só ela sabia disso.
Seus olhos nunca haviam permitido que ela visse alguém tão espetacular ao ponto de se apaixonar de verdade ao ponto de ter certeza que iria dar certo. Mas um dia, isso aconteceu, sem uma mínima e qualquer explicação.
O nome dele era Paulo e ele era somente dois anos mais velho que ela, era uma pessoa perfeita em todos os aspectos, aquele tipo de garoto que a gente sonha em encontrar todos os dias antes de dormir; tinha a pele branca, o cabelo misto, nem loiro e nem castanho, e seu olhos eram escuros, os olhos castanhos mais bonitos que Luíza já havia visto na vida, que para qualquer outra pessoa pareciam ser olhos comuns, mas para ela era mais que isso.
Seus olhos imediatamente se encontraram com o dele e seus olhos disseram para ela mesma: É ELE!
Luíza tentou não levar á sério que os seus olhos e nem o seu coração que estavam meramente ligados diziam, pois aquelas palavras vindas dos mesmo já tinha sido dita antes, e seus olhos depois só sofreram e choraram, e era algo que ela não queria que acontecesse denovo.
Mas o que ela não sabia era que os olhos do rapaz também tinham brilhado na mesma forma e seus olhos criaram vida e, da mesma forma que ela pensava nele, ele também pensava nela, e ele por sí só, se vendo tão encantado não conseguiu se segurar.
Como na primeira vez os dois olhos se juntaram, e os corações também e daí eles tiveram certeza que nada mais importava.
Da forma em que eles se juntavam, mesmo com todos os rancores que ambos já haviam sofrido, é como se tudo se apagasse e eles só conseguiam sorrir.
Tudo parecia dar certo, e deu.
Mas só por um tempo.
A magia dos olhos de Paulo já não eram a mesma, o problema é que agora sua cabeça havia entrado no meio de tudo que parecia ser tão certo e tão bom e começou á martelar em sua cabeça e interfirir em seu coração.
Um dia ele foi embora, sem deixar pelo ou menos um adeus.
Luíza não entendeu o porque daquilo, mas com um tempo, um bom tempo, ela se conformou... Depois de tanto derramar lágrimas pelos os seus olhos novamente.
Um dia Luíza havia descoberto: Paulo e seus tão sinceros olhos estavam mortos. Em nome dela, em nome da falta dos seus olhos azuis em que ele sentia tão culpado em ter perdido todos os dias da sua vida.
Ela teve certeza do que deveria fazer: fechar seus olhos juntamente com os dele.
Então ela também se foi, deixando pra todos apenas a lembrança daqueles olhos azuis que, todos admiravam e achavam que tinham vida própria e que só ela mesmo sabia que isso acontecia.
O mundo perdeu sua cor quando os seus olhos foram fechados e, em seu enterro, a única cor que predominava era o preto-e-branco, e o azul de seus olhos já fechados.
O que aconteceu depois? eles se encontraram?
Ninguém sabe.
O que todo mundo sabe é que, se por amor vive, por amor morre.
E que nada foi o mesmo depois sem a cor de os olhos azuis de Luíza.

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